Ajudante de ordem do ex presidente Bolsonaro na Presidência da República, Cid deverá ser questionado pelos integrantes da CPMI sobre o conteúdo encontrado no celular do militar

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), é ouvido para depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro. A oitiva, que marca a retomada dos trabalhos do colegiado, está marcada para começar às 9h desta terça-feira (11).

Como foi convocado, o militar do Exército é obrigado a comparecer. No entanto, ele tem autorização da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ficar em silêncio sobre fatos que possam incriminá-lo, seguindo a regra constitucional de que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si próprio.

Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando veio à tona um esquema para fraudar cartões de vacinação contra Covid-19 que tinha ele, a mulher, os filhos, Bolsonaro e outras pessoas como beneficiárias. Desde então, Cid foi interrogado seis vezes pela Polícia Federal (PF), em mais de um inquérito, como o que investiga a destinação de jóias dadas pelo governo da Arábia Saudita que deveriam ser incorporadas ao patrimônio da União, mas acabaram no acervo pessoal de Jair Bolsonaro.

Braço direito de Bolsonaro na Presidência da República, Cid deverá ser questionado pelos integrantes da CPMI sobre o conteúdo encontrado no celular do militar, que foi apreendido pela PF. Uma perícia recuperou no aparelho de Cid trocas de mensagens com outros militares, tratando de ações que configurariam um golpe de Estado. As mensagens foram reveladas pela imprensa e depois tornadas públicas pela Justiça. Um dos interlocutores, o coronel Jean Lawand Junior, já depôs à CPMI. Ele negou as alegações, mas teve sua versão contestada pelos parlamentares e pode ser indiciado por falso testemunho.

A sessão desta terça-feira estava prevista para a semana passada, mas foi adiada devido às votações relâmpago na Câmara dos Deputados. No último dia 6, por exemplo, a Casa aprovou o texto da reforma tributária com liberação de bilhões em emendas.

Aprovação dos requerimentos de convocações

Imagem: Reprodução da internet

Oito parlamentares pedem à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) a convocação do repórter fotográfico Adriano Machado, da agência de notícias Reuters, para prestar depoimento no âmbito da investigação sobre os atos antidemocráticos do último 8 de janeiro. Cinco dos pedidos feitos são assinados por membros do Partido Liberal (PL), sigla à qual pertence Bolsonaro, e os três restantes também pertencem a apoiadores.

Adriano Machado aparece em imagens do circuito interno do Palácio do Planalto, em Brasília, fotografando momentos orquestrados de uma pessoa que parece querer aparecer em ângulo perfeito. Os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Magno Malta (PL-ES) solicitam em seus requerimentos que o fotógrafo seja ouvido na condição de testemunha para indicar o que ocorreu, na perspectiva dele, na ocasião dos atos antidemocráticos.

À contramão, os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marco Feliciano (PL-SP), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) e os senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Magno Malta (PL-ES) são mais enfáticos e alegam que o fotógrafo teria agido de forma ‘peculiar’ em relação aos vândalos.

Os deputados da base do Governo não querem, não votam e fazem de tudo para que não seja colocado em votação o requerimento que pede a convocação de Adriano Machado

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